11 março 2017 - O Grande Jornal
Foto: Carlos Paixão
O assassinato brutal de uma jovem
de 40 anos em Araripina, Sertão de Pernambuco, quando levava a filha de 06 anos
para a escola, em pleno começo da manhã do dia 08 de março, data em que se
comemora o dia Internacional da Mulher, mostra mais uma vez o quanto o nosso
Município está violento e a criminalidade impera a níveis alarmantes, nos
fazendo em estatísticas ser comparado à cidade de Petrolina, no Sertão do São
Francisco. Logo em seguida somos surpreendidos com uma nova notícia de
violência assustadora: uma babá presa é acusada de agredir uma criança de
apenas um ano. Estamos sendo assaltados a qualquer hora e os criminosos andam
de motocicletas, fazem piruetas sem serem incomodados por blitzes, e cometem os
crimes seqüenciais, sentem-se seguros e muitas vezes fazem das suas vítimas,
vítimas da impunidade, da falta de segurança que transforma nossas vidas em uma
chama de uma vela acesa, que a qualquer soprar do vento pode se apagar.
Quando falamos em segurança no Estado de Pernambuco para poder
fazer um diagnóstico do quanto estamos indefesos aqui na última cidade
Pernambucana, que se limita com o Estado do Ceará e do Piauí, lembramos da
morte de um dos mais brilhantes programas criado para melhorar os índices de
violência em Pernambuco, o “Pacto pela Vida”. O dilema tem se mostrado
aterrador com as greves da polícia no Estado por falta de um diálogo consensual
com o Governador Paulo Câmara (PSB), para resolver não só os problemas de
defasagem salarial, mas das estruturas das delegacias, do implemento de políticas
mais exitosas em segurança pública, como a qualificação dos policiais, o
aumento de viaturas, de polícias pacificadoras, de instalações de câmeras em
cidades que tem um quadro alarmante de violência e criminalidade, e armamentos
que possam competir em pé de igualdade com o sofisticado arsenal dos bandidos.
Araripina virou o retrato de uma cidade que era pacata, em
esconderijo da bandidagem que tem se programado e afrontado os araripinenses em
qualquer hora do dia. Assaltos já tão freqüentes que antes virava notícia e
agora tem sido algo rotineiro. Crimes hediondos, como o da mulher de 40 anos,
alvejada quando ia levar a filha à escola, logo de manhã, prova que estamos
perdendo a luta contra a criminalidade, contra os acertos de contas, que tem no
Município virado moeda de troca e que pode ser estigmatizado no velho ditado:
“Olho por olho, dente por dente”.
As investigações que precisam de respostas urgentes da sociedade
sobre tais crimes, não se tornam cristalinas, e são mantidas na eternidade do
sigilo, para entendermos até que ponto a justiça tem dado satisfação a esta
sociedade para que ela não se sinta tão insegura e tão crente que a impunidade
ainda é carta de absolvição para aqueles que cometem crimes horrendos.
Não tenho mais coragem de sentar na calçada como fazíamos
antigamente, para conversar com os vizinhos, amigos, porque seremos com certeza
abordados por criminosos, e que não sabemos se eles se conformarão apenas em
levar um objeto quando vão praticar os seus delitos.
Sempre quando culpamos alguém, uma autoridade competente,
responsável principalmente pela área de segurança, a resposta vem sempre
acompanhada da palavra “CRISE”. Aí nos perguntamos: Governador, Presidente,
Deputado, Senadores, Juízes, que estão sempre ladeados por uma quantidade
enorme de segurança, esses senhores, se preocupam com a segurança do brasileiro
que pega ônibus, que precisa fazer um percurso a pé, que larga do trabalho
tarde, que não anda de carro protegido por blindagem?
Os bandidos agora passaram a comandar e intensificar os crimes
dos presídios; as milícias criam um governo paralelo no país; os menores são
aliciados para cometer assaltos e usam as brechas da lei para se protegerem; o
tráfico de drogas ganha força; a polícia fica enfraquecida, quando a própria
corporação congrega marginais e “bandidos de fardas” que se articulam com o
crime organizado; o Rio de Janeiro entrou em colapso; Pernambuco não consegue
criar escudos para conter a criminalidade e Araripina a cada dia fica mais
perigosa.
Como podemos perceber, muitas perguntas estão sendo feitas e sem
obter respostas imediatas dos governos. Enquanto isso, o MEDO, a insegurança,
atrapalha ainda mais a recuperação da economia do país. E a nossa não mais
pequena e pacata cidade, virou um Epitáfio onde se lê: “AQUI JAZ A
TRANQUILIDADE”.
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